HUMILHAR – do Latim humiliare, de humilis, “humilde, de baixa extração”, literalmente “no chão”, de humus, “terra, chão”.
"Deus fez o homem de barro", sabemos que entram na composição de nosso corpo o ferro, magnésio, cálcio, zinco, água, etc. Além disso, conservamos a vida graças a alimentos tirados da terra.
A própria palavra homem vem do latim homo, de húmus (terra). E Adão quer dizer barro.
O SONHO DA TERRA
http://www.somostodosum.com.br/clube/artigos/autoconhecimento/o-sonho-da-terra-24318.html
Na experiência espiritual nos é pedido que mergulhemos no “chão da vida”, como as raízes na obscuridade da terra, na presença do silêncio. O movimento de enterrar profundamente as raízes possibilita alcançar a seiva, o pulsar da vida e o equilíbrio. Somos terra. Temos a Terra dentro de nós. Somos a própria Terra que na sua evolução chegou ao estágio de sentimento, de compreensão, de vontade, de responsabilidade e de veneração. Vivificados pelo Espírito, somos Terra que pensa, sente e ama.
Sentir que somos Terra faz-nos ter os pés no chão e viver em comunhão com a comunidade das criaturas.
Cultivar a humildade é uma das maiores e mais difíceis virtudes humanas. Ela está vinculada ao amor à verdade. “Ser humilde é amar a verdade mais que a si mesmo”, escreve o filósofo Comte-Sponville.
Em outras palavras, é assumir tudo o que a pessoa é, reconhecer-se diante de Deus e dos outros, ativando seus recursos e capacidades e acolhendo suas limitações, sua fragilidade e seus medos, com a disposição de viver o caminho do crescimento.
A humildade não deve ser entendida como humilhação, mas como a capacidade de ser verdadeiro, transparente em nossa vida, reconhecendo-nos necessitados dos outros e de Deus.
Humildade, dizia S. Teresa, é andar na verdade. Não se trata de atrofiar e esconder nossas próprias capacidades ou de desvalorizar-nos. Trata-se de reconhecer e expressar, com simplicidade, quem somos. Humildade é agradecer as capacidades e talentos e superar as limitações e fragilidades. É a virtude que mais humaniza, pois nos faz descer em direção à nossa própria humanidade e, a partir desta perspectiva, entrar no movimento que nos leva para além de nós mesmos.
A radicalidade que o Evangelho nos propõe é a radicalidade de ser radicalmente humanos. E a humildade nos despoja de tudo o que é ilusão, falsas imagens de nós mesmos, vazias pretensões de poder, prestígio e vaidade… fazendo emergir o que há de mais humano, portanto, mais divino, em nosso interior.
Na história da humanidade e da Igreja grandes homens e mulheres deixaram transparecer em suas vidas a marca da humildade; e a humildade se expande no coração daquele que vive sinceramente sua existência.
O termo latino “humilis” deriva-se de “humus”, a terra ou o solo.
Todos surgimos deste fecundo húmus fundamental, onde “humildemente” acolhemos o dom da vida, onde toda existência funda suas raízes que a nutrem e se faz “humilde” e verdadeiramente “humana”.
Nós somos o solo, o húmus, onde o Deus-semente pode germinar, criar raízes e florir.
Só admitindo nossa própria fragilidade e limite e descendo ao fundo de nossa realidade, podemos retornar transformados e com abundantes riquezas descobertas no garimpo do nosso coração.
O caminho de descida ao nosso próprio “húmus”, à nossa própria condição terrena onde Deus plantou sua tenda, nos revela quem realmente somos, nos preserva de considerarmos como “deuses” e nos liberta do orgulho e do auto-centramento que nos destroem.
À medida que, verdadeira e completamente, nos aceitamos e nos acolhemos como húmus, mergulhamos na graça de Deus, pois ela já fala dentro de nós desde nosso nascimento.
Todas as grandes correntes espirituais, tanto do Oriente como do Ocidente, conduzem à humildade.
Reconhecer nossa realidade humana é a condição não apenas para a humanização autêntica, mas também para a verdadeira experiência de Deus.
Sem humildade, facilmente corremos o risco de nos apossarmos de Deus; sem humildade, facilmente procuraríamos nos identificar com Deus.
“Sereis como deuses” (Gen. 3,5): este é o grande pecado de origem.
A humildade é a virtude do ser humano que reconhece não ser “deus”. Nesse sentido, ela é a virtude dos santos e santas.
“Onde está a humildade, está também a caridade” (S. Agostinho). É que a humildade leva ao amor, e todo amor verdadeiro a supõe; sem a humildade, o eu ocupa o espaço disponível, e só vê o outro como objeto ou como inimigo.
A humildade é essa atitude pelo qual o eu se liberta das ilusões que tem sobre si mesmo. Nesse sentido, a humildade significa adotar uma atitude gratuita e receptiva, de um amor agradecido que dirige tudo a Deus e entrega-se por completo à Sua Vontade.
Podemos, portanto, dizer que ser humilde é ser humano simplesmente, com a capacidade de amar.
A humildade é o contrário do orgulho, soberba, prepotência… que abrem a porta para todas as injustiças: o desprezo do fraco, a exploração do pobre, a exclusão do marginalizado e o ferido da vida.
Só podemos aceitar o presente da graça divina quando temos consciência de nossa própria condição humana.
Por isso, aqueles que mais avançaram no caminho espiritual foram os que mais viveram a humildade. Eles passaram pela experiência de que só podemos nos aproximar de Deus com humildade.
A humildade é o pólo terreno em nossa caminhada espiritual. Para permitir que Deus atue nas profundezas de nosso ser faz-se necessário o auto-esvaziamento, para ser preenchido por Sua presença.
Agora, sim, podemos escutar a voz de Deus e sentir a sua presença em nosso próprio coração, em nossos sonhos e desejos, em nossas paixões, em nosso corpo e .nossos sentimentos
Nós “subimos” a Deus quando “descemos” à nossa humanidade.
Este é o caminho da liberdade, este é o caminho do amor e da humildade, da mansidão e da misericórdia; é o caminho de Jesus também para nós.
O coração, a quem não é estranho nada do que é “humano”, alarga-se, enche-se do amor de Deus, que transforma tudo o que é humano.
O caminho da humildade é o caminho da transformação.
Ao fazer, junto com Jesus Cristo, o caminho da “descida”, o ser humano vai ao encontro de sua realidade e coloca-se diante de Deus para que Ele transforme em amor tudo quanto existe nele, para que ele seja totalmente perpassado pelo Espírito de Deus.
No Novo Testamento, a humildade é entendida não apenas como atitude para com Deus, mas também para com os outros. Por isso, a humildade é vista juntamente com a mansidão, brandura, perdão…
Os elevados “ideais de perfeição” nos impedem de envolver-nos com as pessoas reais e com suas feridas.
A humildade pressupõe um descentramento, um êxodo para o encontro com o outro, acolhendo-o tal como é; ela nos conduz à pura gratuidade do amor desinteressado; ela pressupõe, essencialmente, o reconhecimento da alteridade.
Por isso, não é possível viver a alteridade sem efetuar essa renúncia à posição narcisista na qual a pessoa se centra sobre si mesma, caindo numa fria insensibilidade diante de tudo o que acontece ao seu redor.
Quando alguém encontrou sua própria condição humana, reconcilia-se com tudo aquilo que é humano, quebra a rigidez na relação com o mais fraco e o enfermo, com o imperfeito e o fracassado.
Vê tudo envolvido pelo olhar de bondade e misericórdia de Deus.
Texto bíblico: Lc. 7,1-10
A Criação do Homem (Gn 2:7) tem relação direta com o barro contaminado pelos pensamentos e desejos malignos (com raiz de mágoa e revolta-Hb 12:15), que provocaram a explosão da Batalha no Céu (Ap 12:7).
Isso me faz entender porque é que havia duas árvores especiais no Jardim do Eden (Gn 2:9): Adão e Eva precisavam passar pela prova transformadora de conhecer o Mal (fruto proibido) pelo caminho da obediência plena.
Esse “barro contaminado” é chamado pelo Apóstolo Paulo de “carne”. (Nota: o nome “Adão” significa “barro vermelho”.
A palavra “humano” vem de “húmus”: o barro que contem vegetais, animais e minerais em decomposição; exemplos: fósseis, petróleo).
Essa “carne e sangue” não nascem de novo, nem herdam a Vida Eterna por causa do veneno da Serpente (Rm 7:18; 8:6; 1Co 15:50; Rm 8:1), mas, o espírito humano pode (e deve) ser salvo, se experimentar a vacina espiritual, o soro antiofídico, que é o Sangue de Cristo (1Pe:1:18-23; Ap 7:9-14; 12:11). DIGNO É O CORDEIRO (Ap. 5:12).
(Nota: Uma equipe de astrônomos do Sloan Digital Sky Survey (Estado Novo México-USA), analisou a composição de 150 mil estrelas na Via Lactea, usando o espectógrafo APOGEE (Apache Point Observatory Galactic Evolution Experiment). A equipe catalogou a quantidade de elementos “CHNOPS” (carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre) de cada um dos astros e os chamou de “blocos fundamentais da vida”, na nossa Galáxia. O resultado dessa pesquisa, confirma nossa hipótese: “humano” vem de “húmus”: a equipe de cientistas afirma que os elementos CHNOPS compõem 97% da massa do corpo humano.
Conclusão: o corpo humano de Adão veio do “pó das estrelas” (barro), produzido pela grande explosão (Big Boon) que os cientistas chamam de “Big Bang” e a Bíblia chama de “Batalha no Céu” (Ap. 12:7)
O Homem, a Criação por Excelência - Gênesis 1:26-2:7
A segunda parte do dia foi tomada para a criação do mais alto ser - o Homem. A linguagem em que Moisés nos dá a história da criação do homem é significativa: E Deus
disse: façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança."
Para com nenhuma outra criação Deus usou linguagem tão expressiva, o que bem mostra a
superioridade do homem sobre todos os demais seres criados.
Um ato especial presidiu a sua criação, e linguagem especial foi usada.
"Cada passo na criação ,diz o Dr. Carrol, foi uma profecia da vinda do homem". Este mundo é digno da presença de um ser como o homem, ainda que este, em seus pecados, se desvirtue e se aniquile, separando-se de Deus e fazendo do mundo mesmo e seus prazeres o seu deus.
Mas quem não se abismará, ao pensar nos imensos recursos armazenados no coração da terra, para gáudio e conforto do homem?
Façamos o homem à nossa imagem... Que significa esta linguagem? Com quem está Deus tomando conselho? Que significa "nossa imagem e semelhança"? Diremos primeiro o que significam o pronome e o verbo no plural.
Há três interpretações possíveis para este texto:
(1) Que Deus está associando os anjos à criação do homem, portanto, invocando sua cooperação.
(2) Que Deus está falando em estilo real, à semelhança dos antigos monarcas.
(3) Que este pronome e este verbo no plural incluem as três pessoas da Trindade.
Sobre a primeira interpretação obsta-se que, conquanto os anjos se tenham alegrado quando Deus lançou os fundamentos da terra, todavia, eles não aparecem em parte alguma como co-participantes na criação. Seria, aliás, uma honra demasiado grande para seres criados.
Sobre a segunda interpretação, objeta-se também que este estilo real, não se encontra nos escritos dos antigos e que era mesmo desconhecido. É estilo moderno e tem mais de democrático que de real.
A terceira é aceitável, por estar de acordo com o teor geral da Bíblia, de que as três pessoas da Santíssima Trindade tomaram parte na criação (Gên. 1:4; João 1:1-5 e ref.).
*Nossa imagem e nossa semelhança" significam a mesma coisa. Não se podem referir à imagem física de Deus, por que ele não tem forma. Deus é espírito, diz Jesus Cristo.
É notável, entretanto, que, não tendo Deus forma, sempre que se manifesta antropomorficamente, escolhe a forma humana. Ou porque o homem seja a forma mais ideal, ou porque esta forma tenha algo de superior, que nós não podemos compreender.
Deus Jeová apareceu muitas vezes a Abraão, Jacó, Isaque e outros personagens, sendo sempre na forma humana.
"Imagem e semelhança de Deus" só tem paralelo no homem moralmente.
Ele é um ser moral, racional e espiritual. Se em tudo mais ele se pudesse igualar com os outros animais, sua razão, espiritualidade e moralidade o tornariam infinitamente superior a qualquer outro animal.
Além disto, tem consciência de que é reflexo de sua natureza moral, tem vontade livre e racional, tem capacidade de escolher inteligentemente. Estes predicados o tornam o rei de toda a criação.
"Imagem e semelhança", crêem alguns teólogos, incluem somente personalidade e tendência para a religião.
Não se desconhece que a personalidade é maior que qualquer outra coisa no Reino Moral, mas há outros predicados verificáveis no homem, que o tornam semelhante a Deus em mais coisas do que na personalidade.
Os atributos morais e de santidade devem ser incluídos na personalidade do homem, ou ele não poderá ser a imagem e semelhança de Deus.
"Santidade" é um atributo fundamental de Deus e deve, necessariamente, ser um atributo do ser criado à sua imagem. Algumas escrituras ensinam que esta qualidade é inerente ao homem (Ecl. 7:29; Ef. 4:24; Col. 3:10).
Esta verdade da inerência moral do homem é o seu maior predicado e ascendência sobre todos os brutos.
Por mais degradado que seja um homem, sempre revela maior ou menor propensão para a moral.
É uma tendência sua que pretende reviver a imagem de Deus em si, perdida por Adão.
Esta constante luta em direção ao céu é mais que "personalidade* e tendência religiosa.
Também Satanás é uma personalidade, mas com tendência para a perdição e com espírito religioso desassociado de Deus.
O homem foi criado para refletir o caráter do bem, tanto quanto pode ser demonstrado.
Podemos enumerar os predicados do homem, que não só o colocam infinitamente acima de toda a demais criação, mas o tornam a imagem e semelhança de Deus:
(1) vontade;
(2) livre arbítrio e
(3) santidade.
Outros predicados secundários:
(1) responsabilidade;
(2) espírito religioso;
(3) amor;
(4) espírito em contraposição com alma vivente;
(5) reflexo da imagem de Deus em sua forma física;
(6) domínio sobre as paixões carnais;
(7) domínio sobre a criação e
(8) comunhão com Deus. (1)
(1) A palavra ALIO significa, no pensamento hebreu, o "pai de todos os viventes", assim como Eva significa "vida". Adão, em hebraico, é o Ânthropo do Grego, que significa
"o que olha para cima".
Homo, em latim, pensava-se que provinha de humus, a terra, mas essa interpretação foi abandonada, para aceitar a que significa "o que fala".
A Cosmogonia Fenícia chama-o Adam Quadmu, o que "nasce da terra". No Egito pensava-se que tinha ele sido feito do lodo do Nilo. A narrativa caldaica chamava o primeiro homem "o que a terra produz".
O homem foi criado com corpo e espírito, enquanto que todos os outros animais foram criados corpo e alma vivente. Devemos fazer distinção entre "espírito" e alma vivente.
O sopro divino no homem não o tornou um "ser divino", mas tornou-o infinitamente superior a qualquer outro animal, visto que ele se tornou alma vivente só depois que o espírito lhe foi comunicado.
Jó 27:3 descreve, com toda a precisão, que o espírito do homem não é alma animal e que, não obstante ser vida, o princípio que anima seu ser, esta vida, é de origem divina.
A palavra Neshama não é empregada na criação dos outros animais nem expressa meramente vida animal (Gên. .7:21-23; Deut. 20:16-22; Js. 11:11-14; 1 Reis 17:17).
O espírito do homem foi, portanto, o resultado do ato especial de Deus, assim como foi o seu corpo. Quanto aos peixes, ele diz: "Produzam as águas abundantemente".
Quanto aos outros animais, diz: " Produza a terra."
Mas, quanto ao homem, diz: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança". O homem é, pois, diferente na criação, na vida e na morte.
Esta diferença o separa de todos os demais seres criados e o une, em ser, natureza e atividade, com o Criador (Prov. 20:27; Jó 5.33:4; 27:2,3).
Daqui em diante não só toda a criação, mas todas as atividades de Deus são para tornar esse homem feliz e digno de seu Criador.
Vejamos o programa e missão do homem.
"Deus fez o homem de barro", sabemos que entram na composição de nosso corpo o ferro, magnésio, cálcio, zinco, água, etc. Além disso, conservamos a vida graças a alimentos tirados da terra.
A própria palavra homem vem do latim homo, de húmus (terra). E Adão quer dizer barro.
O SONHO DA TERRA
http://www.somostodosum.com.br/clube/artigos/autoconhecimento/o-sonho-da-terra-24318.html
Na experiência espiritual nos é pedido que mergulhemos no “chão da vida”, como as raízes na obscuridade da terra, na presença do silêncio. O movimento de enterrar profundamente as raízes possibilita alcançar a seiva, o pulsar da vida e o equilíbrio. Somos terra. Temos a Terra dentro de nós. Somos a própria Terra que na sua evolução chegou ao estágio de sentimento, de compreensão, de vontade, de responsabilidade e de veneração. Vivificados pelo Espírito, somos Terra que pensa, sente e ama.
Sentir que somos Terra faz-nos ter os pés no chão e viver em comunhão com a comunidade das criaturas.
Cultivar a humildade é uma das maiores e mais difíceis virtudes humanas. Ela está vinculada ao amor à verdade. “Ser humilde é amar a verdade mais que a si mesmo”, escreve o filósofo Comte-Sponville.
Em outras palavras, é assumir tudo o que a pessoa é, reconhecer-se diante de Deus e dos outros, ativando seus recursos e capacidades e acolhendo suas limitações, sua fragilidade e seus medos, com a disposição de viver o caminho do crescimento.
A humildade não deve ser entendida como humilhação, mas como a capacidade de ser verdadeiro, transparente em nossa vida, reconhecendo-nos necessitados dos outros e de Deus.
Humildade, dizia S. Teresa, é andar na verdade. Não se trata de atrofiar e esconder nossas próprias capacidades ou de desvalorizar-nos. Trata-se de reconhecer e expressar, com simplicidade, quem somos. Humildade é agradecer as capacidades e talentos e superar as limitações e fragilidades. É a virtude que mais humaniza, pois nos faz descer em direção à nossa própria humanidade e, a partir desta perspectiva, entrar no movimento que nos leva para além de nós mesmos.
A radicalidade que o Evangelho nos propõe é a radicalidade de ser radicalmente humanos. E a humildade nos despoja de tudo o que é ilusão, falsas imagens de nós mesmos, vazias pretensões de poder, prestígio e vaidade… fazendo emergir o que há de mais humano, portanto, mais divino, em nosso interior.
Na história da humanidade e da Igreja grandes homens e mulheres deixaram transparecer em suas vidas a marca da humildade; e a humildade se expande no coração daquele que vive sinceramente sua existência.
O termo latino “humilis” deriva-se de “humus”, a terra ou o solo.
Todos surgimos deste fecundo húmus fundamental, onde “humildemente” acolhemos o dom da vida, onde toda existência funda suas raízes que a nutrem e se faz “humilde” e verdadeiramente “humana”.
Nós somos o solo, o húmus, onde o Deus-semente pode germinar, criar raízes e florir.
Só admitindo nossa própria fragilidade e limite e descendo ao fundo de nossa realidade, podemos retornar transformados e com abundantes riquezas descobertas no garimpo do nosso coração.
O caminho de descida ao nosso próprio “húmus”, à nossa própria condição terrena onde Deus plantou sua tenda, nos revela quem realmente somos, nos preserva de considerarmos como “deuses” e nos liberta do orgulho e do auto-centramento que nos destroem.
À medida que, verdadeira e completamente, nos aceitamos e nos acolhemos como húmus, mergulhamos na graça de Deus, pois ela já fala dentro de nós desde nosso nascimento.
Todas as grandes correntes espirituais, tanto do Oriente como do Ocidente, conduzem à humildade.
Reconhecer nossa realidade humana é a condição não apenas para a humanização autêntica, mas também para a verdadeira experiência de Deus.
Sem humildade, facilmente corremos o risco de nos apossarmos de Deus; sem humildade, facilmente procuraríamos nos identificar com Deus.
“Sereis como deuses” (Gen. 3,5): este é o grande pecado de origem.
A humildade é a virtude do ser humano que reconhece não ser “deus”. Nesse sentido, ela é a virtude dos santos e santas.
“Onde está a humildade, está também a caridade” (S. Agostinho). É que a humildade leva ao amor, e todo amor verdadeiro a supõe; sem a humildade, o eu ocupa o espaço disponível, e só vê o outro como objeto ou como inimigo.
A humildade é essa atitude pelo qual o eu se liberta das ilusões que tem sobre si mesmo. Nesse sentido, a humildade significa adotar uma atitude gratuita e receptiva, de um amor agradecido que dirige tudo a Deus e entrega-se por completo à Sua Vontade.
Podemos, portanto, dizer que ser humilde é ser humano simplesmente, com a capacidade de amar.
A humildade é o contrário do orgulho, soberba, prepotência… que abrem a porta para todas as injustiças: o desprezo do fraco, a exploração do pobre, a exclusão do marginalizado e o ferido da vida.
Só podemos aceitar o presente da graça divina quando temos consciência de nossa própria condição humana.
Por isso, aqueles que mais avançaram no caminho espiritual foram os que mais viveram a humildade. Eles passaram pela experiência de que só podemos nos aproximar de Deus com humildade.
A humildade é o pólo terreno em nossa caminhada espiritual. Para permitir que Deus atue nas profundezas de nosso ser faz-se necessário o auto-esvaziamento, para ser preenchido por Sua presença.
Agora, sim, podemos escutar a voz de Deus e sentir a sua presença em nosso próprio coração, em nossos sonhos e desejos, em nossas paixões, em nosso corpo e .nossos sentimentos
Nós “subimos” a Deus quando “descemos” à nossa humanidade.
Este é o caminho da liberdade, este é o caminho do amor e da humildade, da mansidão e da misericórdia; é o caminho de Jesus também para nós.
O coração, a quem não é estranho nada do que é “humano”, alarga-se, enche-se do amor de Deus, que transforma tudo o que é humano.
O caminho da humildade é o caminho da transformação.
Ao fazer, junto com Jesus Cristo, o caminho da “descida”, o ser humano vai ao encontro de sua realidade e coloca-se diante de Deus para que Ele transforme em amor tudo quanto existe nele, para que ele seja totalmente perpassado pelo Espírito de Deus.
No Novo Testamento, a humildade é entendida não apenas como atitude para com Deus, mas também para com os outros. Por isso, a humildade é vista juntamente com a mansidão, brandura, perdão…
Os elevados “ideais de perfeição” nos impedem de envolver-nos com as pessoas reais e com suas feridas.
A humildade pressupõe um descentramento, um êxodo para o encontro com o outro, acolhendo-o tal como é; ela nos conduz à pura gratuidade do amor desinteressado; ela pressupõe, essencialmente, o reconhecimento da alteridade.
Por isso, não é possível viver a alteridade sem efetuar essa renúncia à posição narcisista na qual a pessoa se centra sobre si mesma, caindo numa fria insensibilidade diante de tudo o que acontece ao seu redor.
Quando alguém encontrou sua própria condição humana, reconcilia-se com tudo aquilo que é humano, quebra a rigidez na relação com o mais fraco e o enfermo, com o imperfeito e o fracassado.
Vê tudo envolvido pelo olhar de bondade e misericórdia de Deus.
Texto bíblico: Lc. 7,1-10
A Criação do Homem (Gn 2:7) tem relação direta com o barro contaminado pelos pensamentos e desejos malignos (com raiz de mágoa e revolta-Hb 12:15), que provocaram a explosão da Batalha no Céu (Ap 12:7).
Isso me faz entender porque é que havia duas árvores especiais no Jardim do Eden (Gn 2:9): Adão e Eva precisavam passar pela prova transformadora de conhecer o Mal (fruto proibido) pelo caminho da obediência plena.
Esse “barro contaminado” é chamado pelo Apóstolo Paulo de “carne”. (Nota: o nome “Adão” significa “barro vermelho”.
A palavra “humano” vem de “húmus”: o barro que contem vegetais, animais e minerais em decomposição; exemplos: fósseis, petróleo).
Essa “carne e sangue” não nascem de novo, nem herdam a Vida Eterna por causa do veneno da Serpente (Rm 7:18; 8:6; 1Co 15:50; Rm 8:1), mas, o espírito humano pode (e deve) ser salvo, se experimentar a vacina espiritual, o soro antiofídico, que é o Sangue de Cristo (1Pe:1:18-23; Ap 7:9-14; 12:11). DIGNO É O CORDEIRO (Ap. 5:12).
(Nota: Uma equipe de astrônomos do Sloan Digital Sky Survey (Estado Novo México-USA), analisou a composição de 150 mil estrelas na Via Lactea, usando o espectógrafo APOGEE (Apache Point Observatory Galactic Evolution Experiment). A equipe catalogou a quantidade de elementos “CHNOPS” (carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre) de cada um dos astros e os chamou de “blocos fundamentais da vida”, na nossa Galáxia. O resultado dessa pesquisa, confirma nossa hipótese: “humano” vem de “húmus”: a equipe de cientistas afirma que os elementos CHNOPS compõem 97% da massa do corpo humano.
Conclusão: o corpo humano de Adão veio do “pó das estrelas” (barro), produzido pela grande explosão (Big Boon) que os cientistas chamam de “Big Bang” e a Bíblia chama de “Batalha no Céu” (Ap. 12:7)
O Homem, a Criação por Excelência - Gênesis 1:26-2:7
A segunda parte do dia foi tomada para a criação do mais alto ser - o Homem. A linguagem em que Moisés nos dá a história da criação do homem é significativa: E Deus
disse: façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança."
Para com nenhuma outra criação Deus usou linguagem tão expressiva, o que bem mostra a
superioridade do homem sobre todos os demais seres criados.
Um ato especial presidiu a sua criação, e linguagem especial foi usada.
"Cada passo na criação ,diz o Dr. Carrol, foi uma profecia da vinda do homem". Este mundo é digno da presença de um ser como o homem, ainda que este, em seus pecados, se desvirtue e se aniquile, separando-se de Deus e fazendo do mundo mesmo e seus prazeres o seu deus.
Mas quem não se abismará, ao pensar nos imensos recursos armazenados no coração da terra, para gáudio e conforto do homem?
Façamos o homem à nossa imagem... Que significa esta linguagem? Com quem está Deus tomando conselho? Que significa "nossa imagem e semelhança"? Diremos primeiro o que significam o pronome e o verbo no plural.
Há três interpretações possíveis para este texto:
(1) Que Deus está associando os anjos à criação do homem, portanto, invocando sua cooperação.
(2) Que Deus está falando em estilo real, à semelhança dos antigos monarcas.
(3) Que este pronome e este verbo no plural incluem as três pessoas da Trindade.
Sobre a primeira interpretação obsta-se que, conquanto os anjos se tenham alegrado quando Deus lançou os fundamentos da terra, todavia, eles não aparecem em parte alguma como co-participantes na criação. Seria, aliás, uma honra demasiado grande para seres criados.
Sobre a segunda interpretação, objeta-se também que este estilo real, não se encontra nos escritos dos antigos e que era mesmo desconhecido. É estilo moderno e tem mais de democrático que de real.
A terceira é aceitável, por estar de acordo com o teor geral da Bíblia, de que as três pessoas da Santíssima Trindade tomaram parte na criação (Gên. 1:4; João 1:1-5 e ref.).
*Nossa imagem e nossa semelhança" significam a mesma coisa. Não se podem referir à imagem física de Deus, por que ele não tem forma. Deus é espírito, diz Jesus Cristo.
É notável, entretanto, que, não tendo Deus forma, sempre que se manifesta antropomorficamente, escolhe a forma humana. Ou porque o homem seja a forma mais ideal, ou porque esta forma tenha algo de superior, que nós não podemos compreender.
Deus Jeová apareceu muitas vezes a Abraão, Jacó, Isaque e outros personagens, sendo sempre na forma humana.
"Imagem e semelhança de Deus" só tem paralelo no homem moralmente.
Ele é um ser moral, racional e espiritual. Se em tudo mais ele se pudesse igualar com os outros animais, sua razão, espiritualidade e moralidade o tornariam infinitamente superior a qualquer outro animal.
Além disto, tem consciência de que é reflexo de sua natureza moral, tem vontade livre e racional, tem capacidade de escolher inteligentemente. Estes predicados o tornam o rei de toda a criação.
"Imagem e semelhança", crêem alguns teólogos, incluem somente personalidade e tendência para a religião.
Não se desconhece que a personalidade é maior que qualquer outra coisa no Reino Moral, mas há outros predicados verificáveis no homem, que o tornam semelhante a Deus em mais coisas do que na personalidade.
Os atributos morais e de santidade devem ser incluídos na personalidade do homem, ou ele não poderá ser a imagem e semelhança de Deus.
"Santidade" é um atributo fundamental de Deus e deve, necessariamente, ser um atributo do ser criado à sua imagem. Algumas escrituras ensinam que esta qualidade é inerente ao homem (Ecl. 7:29; Ef. 4:24; Col. 3:10).
Esta verdade da inerência moral do homem é o seu maior predicado e ascendência sobre todos os brutos.
Por mais degradado que seja um homem, sempre revela maior ou menor propensão para a moral.
É uma tendência sua que pretende reviver a imagem de Deus em si, perdida por Adão.
Esta constante luta em direção ao céu é mais que "personalidade* e tendência religiosa.
Também Satanás é uma personalidade, mas com tendência para a perdição e com espírito religioso desassociado de Deus.
O homem foi criado para refletir o caráter do bem, tanto quanto pode ser demonstrado.
Podemos enumerar os predicados do homem, que não só o colocam infinitamente acima de toda a demais criação, mas o tornam a imagem e semelhança de Deus:
(1) vontade;
(2) livre arbítrio e
(3) santidade.
Outros predicados secundários:
(1) responsabilidade;
(2) espírito religioso;
(3) amor;
(4) espírito em contraposição com alma vivente;
(5) reflexo da imagem de Deus em sua forma física;
(6) domínio sobre as paixões carnais;
(7) domínio sobre a criação e
(8) comunhão com Deus. (1)
(1) A palavra ALIO significa, no pensamento hebreu, o "pai de todos os viventes", assim como Eva significa "vida". Adão, em hebraico, é o Ânthropo do Grego, que significa
"o que olha para cima".
Homo, em latim, pensava-se que provinha de humus, a terra, mas essa interpretação foi abandonada, para aceitar a que significa "o que fala".
A Cosmogonia Fenícia chama-o Adam Quadmu, o que "nasce da terra". No Egito pensava-se que tinha ele sido feito do lodo do Nilo. A narrativa caldaica chamava o primeiro homem "o que a terra produz".
O homem foi criado com corpo e espírito, enquanto que todos os outros animais foram criados corpo e alma vivente. Devemos fazer distinção entre "espírito" e alma vivente.
O sopro divino no homem não o tornou um "ser divino", mas tornou-o infinitamente superior a qualquer outro animal, visto que ele se tornou alma vivente só depois que o espírito lhe foi comunicado.
Jó 27:3 descreve, com toda a precisão, que o espírito do homem não é alma animal e que, não obstante ser vida, o princípio que anima seu ser, esta vida, é de origem divina.
A palavra Neshama não é empregada na criação dos outros animais nem expressa meramente vida animal (Gên. .7:21-23; Deut. 20:16-22; Js. 11:11-14; 1 Reis 17:17).
O espírito do homem foi, portanto, o resultado do ato especial de Deus, assim como foi o seu corpo. Quanto aos peixes, ele diz: "Produzam as águas abundantemente".
Quanto aos outros animais, diz: " Produza a terra."
Mas, quanto ao homem, diz: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança". O homem é, pois, diferente na criação, na vida e na morte.
Esta diferença o separa de todos os demais seres criados e o une, em ser, natureza e atividade, com o Criador (Prov. 20:27; Jó 5.33:4; 27:2,3).
Daqui em diante não só toda a criação, mas todas as atividades de Deus são para tornar esse homem feliz e digno de seu Criador.
Vejamos o programa e missão do homem.
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