Esse cenário que você apresentou reflete uma realidade comum no serviço cristão,
1. A importância do equilíbrio e do domínio próprio
Na Bíblia, o apóstolo Paulo ensina sobre a necessidade do domínio próprio como uma das características do fruto do Espírito:
“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” (Gálatas 5:22-23).
O domínio próprio ajuda o obreiro a lidar com a pressão de querer demonstrar suas capacidades, evitando exageros ou reações impulsivas. Deus nos chama a uma postura de equilíbrio:
“Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor” (Filipenses 4:5).
2. A confiança não vem dos homens, mas de Deus
Muitas vezes, o obreiro sente que precisa conquistar a aprovação dos líderes ou colegas. Contudo, a verdadeira confiança e habilitação vêm do Senhor:
“Não que sejamos capazes, por nós mesmos, de pensar alguma coisa como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus” (2 Coríntios 3:5).
Esse entendimento libera o obreiro de tentar “provar algo” e o coloca na posição de servo humilde, confiando que Deus abrirá as portas no tempo certo.
3. O perigo do perfeccionismo e da autojustificação
A pressão para fazer o extraordinário pode levar ao perfeccionismo, o que, na prática, pode resultar em ansiedade ou até em conflitos com outros. Jesus nos ensinou que a obra de Deus deve ser feita com um coração humilde, sem buscar vanglória:
“Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo” (Colossenses 3:23-24).
Buscar a excelência é importante, mas sempre com o propósito de glorificar a Deus, e não de demonstrar superioridade.
4. Superando barreiras emocionais e preconceitos
A rejeição ou a desconfiança de outros pode ser difícil de suportar, mas o exemplo de Jesus mostra que, mesmo diante da oposição, devemos permanecer firmes:
“Se o mundo os odeia, saibam que antes de vocês ele me odiou” (João 15:18).
Ele também nos chama a orar por aqueles que nos perseguem ou criticam injustamente:
“Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem” (Mateus 5:44).
5. Perspectivas filosóficas
Filosoficamente, o conceito de "virtude" em Aristóteles pode ser aplicado aqui. Ele ensina que a virtude está no meio-termo entre dois extremos — por exemplo, a coragem é o equilíbrio entre a covardia e a imprudência. No serviço a Deus, isso significa evitar tanto a passividade quanto o ativismo exagerado, buscando sempre agir com sabedoria e temperança.
6. Como lidar com a situação na prática
Ore por sabedoria: Busque em Deus a direção sobre como agir e servir com equilíbrio. Tiago nos encoraja:
“Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida” (Tiago 1:5).
Aceite o tempo de Deus: Entenda que há um tempo para todas as coisas, e nem sempre seremos imediatamente reconhecidos.
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu” (Eclesiastes 3:1).
Cultive relacionamentos: Esforce-se para construir confiança com os líderes e colegas por meio da transparência, serviço humilde e amor fraternal.
Evite comparações: Lembre-se de que Deus tem um propósito único para cada pessoa e não precisamos competir uns com os outros.
Peça feedback: Seja aberto a críticas construtivas e busque crescer continuamente no seu serviço.
Conclusão
O trabalho na obra de Deus exige maturidade espiritual e emocional. Quando enfrentamos desafios, somos chamados a confiar em Deus, exercer domínio próprio e agir com humildade. Ele é fiel para abrir as portas no momento certo e capacitar aqueles que Ele escolheu para Sua obra.
“Se alguém deseja ser usado por Deus, deve primeiro se entregar completamente a Ele. É na dependência total que encontramos forças para enfrentar as pressões e desafios do ministério.”
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