Vivemos em um mundo onde o visível e o invisível coexistem. A vida humana não está isolada: ela é constantemente tocada por forças espirituais que a influenciam — para o bem ou para o mal. Não existe neutralidade espiritual.
O homem é um ser dotado de razão, inteligência, sabedoria e livre-arbítrio, mas suas decisões, pensamentos e comportamentos são sempre influenciados por uma fonte espiritual: ou Deus, que é a fonte de todo o bem, ou o diabo, que é a fonte de todo o mal.
Essa realidade é confirmada pela própria Escritura:
"O mundo inteiro jaz no maligno." (1 João 5:19)
Isso significa que o sistema deste mundo, com seus valores, escolhas e direções, está sob domínio e influência de Satanás.
A Bíblia ensina que o mal é real, organizado e ativo. O diabo é chamado de "príncipe deste mundo" (João 14:30), "pai da mentira" (João 8:44), e sua missão é "roubar, matar e destruir" (João 10:10). Quando alguém diz que “nem tudo é o diabo”, precisamos entender: ou essa pessoa está chamando o mal de algo natural ou humano (desassociando-o de sua verdadeira origem), ou ela está negando a existência e a operação do mal, o que é antibíblico.
Não há uma terceira via.
Não estamos submetidos a outras influências espirituais além de Deus e o diabo. Não há energia neutra, campo espiritual cinza ou interferência extraterrestre. O mundo espiritual é claro: há o Reino da Luz e há o Reino das Trevas.
Jesus disse:
"Quem não é por mim é contra mim." (Mateus 12:30)
Não há meio-termo. Ou a ação é de Deus, ou é contrária a Ele — e tudo que é contrário a Deus tem origem maligna.
O ser humano é livre para escolher — mas sua liberdade está cercada por influências. Se ele se rende à carne, ao ego, ao orgulho, à mentira, ao engano, então está dando lugar ao diabo (Efésios 4:27). Se, ao contrário, ele se sujeita a Deus, então resiste ao diabo, e o diabo foge (Tiago 4:7).
Portanto, quando identificamos uma operação estranha, de confusão, orgulho, vaidade, divisão, manipulação ou engano no meio da igreja ou em qualquer ambiente, é correto e bíblico reconhecer: o adversário está operando.
E mais: ignorar isso é abrir espaço para ele continuar operando. A maior arma de Satanás hoje é o disfarce e a sutileza.
"E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz." (2 Coríntios 11:14)
Conclusão:
Sim, nem tudo é o diabo — algumas coisas são apenas a carne, o ego ou a vaidade do homem. Mas quando essas coisas se levantam contra Deus, contra a paz, contra a unidade, contra a santidade e a verdade, estão, sim, sob a influência direta ou indireta do diabo.
Não se trata de obsessão com o mal, mas de discernimento espiritual. A igreja precisa abrir os olhos e entender que estamos em guerra espiritual (Efésios 6:12).
Reconhecer a operação do inimigo é o primeiro passo para neutralizá-la. Negar isso é se aliar, mesmo que sem querer, ao que é maligno.
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