O discipulado é um dos pilares inegociáveis da igreja de Cristo. Não é uma proposta opcional, nem uma atividade periférica da vida cristã — é a essência da missão deixada por Jesus aos seus seguidores.
Em Mateus 28:19-20, a Grande Comissão não deixa margem para dúvidas:
"Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado. E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém."
Fazer discípulos não é apenas transmitir doutrina ou frequentar cultos — é formar vidas comprometidas com a verdade do evangelho, pessoas que vivam como Jesus viveu, que amem como Ele amou, e que obedeçam como Ele obedeceu ao Pai.
Na prática, isso exige mais do que amizade. Amizades são importantes, mas são vínculos emocionais. O discipulado, por sua vez, é um compromisso espiritual. Enquanto a amizade nasce da afinidade, o discipulado nasce do propósito.
Em Provérbios 27:17 lemos:
"Como o ferro com ferro se afia, assim o homem afia o rosto do seu amigo."
Esse versículo, embora fale da amizade, aponta para o princípio do aperfeiçoamento mútuo — algo central no discipulado. Um discipulador não apenas acompanha, mas confronta, exorta, ensina e ora com aquele que está sendo formado.
É preciso lembrar que a igreja não é um clube de amigos. Um clube busca agradar seus membros; a igreja busca agradar a Deus. O foco de um clube é o conforto; o foco da igreja é o confronto com a verdade que liberta.
Jesus nos alertou sobre nossa missão em Mateus 5:13-14:
"Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo..."
O sal preserva e dá sabor. A luz expõe e guia. Ou seja, nossa função é influenciar, transformar e iluminar. Não fomos chamados para entretenimento, mas para engajamento no Reino.
Infelizmente, muitas igrejas hoje correm o risco de se tornarem espaços de sociabilidade estéril, onde não há confronto com o pecado, nem zelo pela doutrina. Isso acontece quando se confunde comunhão com comodismo e discipulado com amizade superficial.
Colossenses 3:2 nos alerta:
"Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra."
Uma igreja que não pensa nas coisas do alto perde a direção e o propósito. E uma igreja sem discipulado é uma igreja sem continuidade, sem raiz, sem fruto.
A palavra nos ensina a manter os olhos fixos em Cristo:
"Olhando para Jesus, autor e consumador da fé..." (Hebreus 12:2)
Sem Jesus como o centro, qualquer estrutura religiosa perde seu valor. Podemos ter música, púlpito, reuniões e eventos — mas se não estivermos formando discípulos, estamos apenas organizando encontros sociais.
Portanto, que fique claro: o discipulado não é uma atividade entre outras na igreja — é o coração da missão. Ele define a diferença entre uma comunidade que cresce espiritualmente e uma que apenas acumula frequentadores.
A igreja verdadeira é aquela que faz discípulos. E fazer discípulos é preparar pessoas para viverem como Jesus, pregarem como Jesus, amarem como Jesus — e se preciso for, sofrerem como Ele sofreu, por amor à verdade.
Que o Senhor nos desperte. Que sejamos mais do que umamigos reunidos. Que sejamos uma geração de discípulos comprometidos.
Conheça o Presbítero Marcos Benedito:
Congrega na I.M.P. Chama Viva PG
Instrumentista, compositor, criador e organizador do STUDIOTECA/PG
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