NARCISISMO UMA ANÁLISE BÍBLICA E CLÍNICA - POR: PRESBITERO MARCOS BENEDITO - 25/08/2025 - REDE GOSPEL OFICIAL
A Bíblia não usa o termo “narcisismo”, mas descreve atitudes narcisistas: egoísmo, orgulho, vaidade, soberba e amor excessivo a si mesmo. Eis alguns versículos que abordam esses comportamentos:
2 Timóteo 3:1-2
“... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos, pois haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos.”
Provérbios 16:18
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda.”
Filipenses 2:3-4
“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.”
Isaías 14:12-15
Texto sobre Lúcifer: desejou colocar-se acima de Deus, mostrando o ápice do ego inflado.
Ezequiel 28:17
“Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor...” (sobre o rei de Tiro, mas também interpretado como referência a Satanás).
Lucas 18:9-14
Parábola do fariseu e do publicano: o fariseu exibia sua justiça própria, enquanto o publicano se humilhava.
Origem do termo “narcisismo”
A palavra vem da mitologia grega. Narciso era um jovem de grande beleza que, ao ver sua própria imagem refletida na água, apaixonou-se por si mesmo, incapaz de amar outra pessoa. Isso simboliza o amor exagerado por si próprio.
Como conceito psicológico, o narcisismo foi definido por Sigmund Freud no início do século XX.
Freud publicou em 1914 o texto “Introdução ao Narcisismo”, onde descreveu o narcisismo como parte do desenvolvimento humano, mas que em excesso se torna patológico.
Mais tarde, o DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) categorizou o Transtorno de Personalidade Narcisista como condição clínica.
DSM = Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).
Publicado pela American Psychiatric Association (APA).
É o manual mais usado no mundo para classificar e diagnosticar transtornos mentais.
A versão atual é o DSM-5-TR (2022), uma revisão do DSM-5
Narcisismo no DSM
No DSM não existe só o “narcisismo normal” (que todo ser humano tem em certa medida, como autoestima saudável), mas o Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN), considerado uma condição clínica.
Critérios diagnósticos do Transtorno de Personalidade Narcisista (DSM-5):
É um padrão dominante de grandiosidade (na fantasia ou no comportamento), necessidade de admiração e falta de empatia, que começa no início da vida adulta e aparece em vários contextos.
Para diagnóstico, é preciso 5 ou mais dos seguintes critérios:
1. Sentimento grandioso de auto importância (ex.: exagera conquistas, espera ser reconhecido como superior).
2. Preocupação com fantasias de sucesso ilimitado, poder, brilho, beleza ou amor ideal.
3. Crença de ser “especial” e único, e que só pode ser compreendido por pessoas ou instituições especiais.
4. Necessidade excessiva de admiração.
5. Sentimento de direito (expectativas irracionais de tratamento especial ou obediência automática).
6. Exploração interpessoal (tira vantagem dos outros para atingir seus próprios objetivos).
7. Falta de empatia (dificuldade em reconhecer ou identificar os sentimentos e necessidades alheias).
8. Inveja dos outros ou crença de que os outros têm inveja dele.
9. Atitudes e comportamentos arrogantes ou presunçosos.
Contexto e Circunstâncias
O conceito foi inspirado pela psicanálise freudiana (Freud, 1914).
Tornou-se categoria clínica oficial em 1980, no DSM-III.
Desde então, segue presente em todas as edições (DSM-IV, DSM-5, DSM-5-TR).
Diferenciação importante
Narcisismo saudável: autoestima, valorização própria, saber seus limites.
Narcisismo patológico (TPN): quando o ego se torna inflado, incapaz de empatia, gera sofrimento nos relacionamentos e prejuízo social/ocupacional.
Estudo Bíblico: Narcisismo – Bíblia e Psicologia
O termo “narcisismo” vem da mitologia grega: Narciso era um jovem tão apaixonado por sua própria beleza que morreu contemplando sua imagem refletida na água.
Séculos depois, Sigmund Freud (1914) utilizou o termo para explicar um padrão de amor excessivo por si mesmo. Hoje, o DSM-5-TR classifica o Transtorno de Personalidade Narcisista como uma condição clínica.
Porém, muito antes disso, a Bíblia já denunciava o narcisismo, ainda que não com esse nome, mas como soberba, orgulho, vaidade e amor exagerado de si mesmo.
2️⃣ Desenvolvimento
A) Narcisismo na Bíblia
A Palavra de Deus alerta contra a arrogância e o amor-próprio desmedido:
2 Timóteo 3:1-2 – Homens amantes de si mesmos.
Provérbios 16:18 – A soberba precede a ruína.
Isaías 14:13-14 – Lúcifer desejou ser como Deus, exemplo máximo do ego inflado.
Lucas 18:9-14 – O fariseu exalta a si mesmo, o publicano se humilha.
João 12:43 – Amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus.
Na Bíblia, o narcisismo é um pecado espiritual que afasta o homem de Deus e do próximo.
B) Narcisismo no DSM-5-TR
O DSM descreve o Transtorno de Personalidade Narcisista como um padrão de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia.
Critérios principais (resumidos):
1. Auto importância exagerada.
2. Fantasias de poder, sucesso e beleza.
3. Crença de ser único/especial.
4. Necessidade de admiração.
5. Sentimento de direito.
6. Exploração dos outros.
7. Falta de empatia.
8. Inveja.
9. Arrogância.
Clinicamente, o narcisismo é visto como um transtorno de personalidade que gera prejuízos nos relacionamentos e na vida social.
C) Quadro Comparativo
Bíblia DSM-5-TR
Amantes de si mesmos (2Tm 3:2) Autoimportância exagerada
Lúcifer querendo ser como Deus (Is 14:13-14) Fantasias de poder e sucesso
Fariseu que se achava justo (Lc 18:11) Necessidade de admiração
Rico que ignora Lázaro (Lc 16:19-21) Falta de empatia
“A soberba precede a ruína” (Pv 16:18) Arrogância e presunção
Tanto a Bíblia quanto a ciência descrevem o mesmo padrão destrutivo: um ego inflado que prejudica a si mesmo e aos outros.
Conclusão
O narcisismo é um mal antigo, denunciado pela Bíblia como pecado e reconhecido pela ciência como transtorno.
Na perspectiva bíblica, leva à queda espiritual.
Na perspectiva clínica, leva ao isolamento, relacionamentos quebrados e sofrimento emocional.
O centro da fé cristã é exatamente o contrário do narcisismo:
“Nada façais por contenda ou vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.” (Fp 2:3).
O maior exemplo é Cristo, que mesmo sendo Deus, se humilhou e serviu (Fp 2:5-7).
Aplicação Prática
Examine se há em sua vida sinais de orgulho ou vaidade que afastam você de Deus e das pessoas.
Busque cultivar humildade, empatia e serviço.
Lembre-se: o cristão não é chamado a viver para si mesmo, mas para glorificar a Deus e servir ao próximo.
Mensagem final:
O narcisismo diz: “Eu primeiro” a Bíblia ensina que Jesus tem que estar acima de todas as coisas!
Comentários
Postar um comentário