A INTERRUPÇÃO HUMANA DA OBRA DIVINA - Por: Presbítero Marcos Benedito - 03/08/2025 - REDE GOSPEL OFICIAL
Em tempos onde os modelos de gestão e liderança da igreja são cada vez mais influenciados por estratégias humanas, temos visto uma prática preocupante se tornar comum: o afastamento de líderes, obreiros e servos fiéis de suas funções ministeriais sem qualquer justificativa bíblica ou espiritual.
Homens e mulheres que exercem com dedicação seus chamados — liderando grupos, servindo no púlpito, ensinando a Palavra, evangelizando — muitas vezes são retirados ou silenciados sob argumentos genéricos, como a decisão de encerrar uma trajetória. Não há falha, não há pecado, não há escândalo. Apenas a vontade de alguém de que aquela pessoa “não esteja mais ao seu lado”.
A pergunta que fica é: isso tem respaldo bíblico? É assim que o Reino de Deus deve funcionar?
Chamado não se encerra por vontade humana
A Bíblia é clara:
“Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento.” (Romanos 11:29)
Isso significa que Deus não muda de ideia quanto aos chamados que Ele faz. O que Ele começa, Ele sustenta, capacita e termina no tempo certo. Quando um servo é tirado de sua função ministerial sem que haja base espiritual, isso não é uma decisão inspirada pelo Espírito Santo — é uma interrupção humana de um processo divino.
Mudanças no ministério devem nascer da direção de Deus
É natural que haja transições no ministério. Deus move pessoas, levanta novos obreiros, envia para outras frentes de trabalho. Mas essas transições devem ser conduzidas com oração, jejum, sabedoria e paz no Espírito — como vemos em Atos 13:2:
“Disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.”
Perceba que quem fala é o Espírito Santo. Não é uma decisão administrativa. Não é uma escolha pessoal. É uma convocação celestial.
Infelizmente, em muitos casos, o que se vê é o oposto: decisões unilaterais, sem transparência, sem espiritualidade, sem amor, onde servos são removidos de forma fria, às vezes até por medo, ciúme ou insegurança.
Davi e Saul: um exemplo a ser considerado
Davi era fiel. Servia Saul. Tinha unção e frutos. Mas o rei, movido por inveja, quis tirá-lo de perto, mesmo sem que Davi tivesse cometido qualquer erro (1 Samuel 18:7-11). O mesmo espírito opera hoje quando alguém com autoridade usa do cargo para calar quem Deus está usando.
Mas o Senhor permaneceu com Davi. O homem pode fechar portas, mas Deus continua abrindo caminhos.
Quem encerra a carreira é o servo, guiado por Deus
O apóstolo Paulo escreveu:
“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” (2 Timóteo 4:7)
O altar é lugar de honra, não de descarte
A igreja precisa ser um lugar onde:
- Os dons são respeitados;
- As transições são feitas com espiritualidade;
- Os líderes ouvem a Deus e não apenas suas emoções;
- Os servos são honrados por seu esforço e frutos, mesmo que haja mudanças.
“De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.” (1 Coríntios 12:26)
Se um servo fiel é retirado de sua função sem motivo justo, todo o corpo sente. E se a igreja não se posicionar com temor e humildade, passará a viver não de moveres espirituais, mas de gestões humanas.
Conclusão
Se você é líder, lembre-se: o altar não é seu. A obra não é sua. A igreja não é sua. Tudo pertence a Deus. Que nossas decisões sejam tomadas de joelhos, e não por preferências pessoais.
E se você está em dúvida sobre alguém que está ao seu lado, não decida baseado em sensações. Ore. Deus fala. E quando Ele fala, o resultado é paz, unidade e crescimento.
O chamado não tem prazo de validade. Só Deus pode dar início — e só Ele tem autoridade para encerrar aquilo que Deus começou!
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