Estabelecendo Limites Humanos Para a Obra de Deus - Por: Presbítero Marcos Benedito - Igreja Missão Pentecostal Chama Viva - 23/10/2025
Muitas igrejas parecem ativas, cheias de programações e lideradas por pessoas carismáticas, mas espiritualmente estão paradas no tempo. O motivo? Um mal silencioso e destrutivo tem se infiltrado em muitos ministérios: o narcisismo espiritual — quando o líder se torna o centro da obra, e não mais Cristo.
O resultado é inevitável: a presença de Deus se afasta, o povo se dispersa e o altar perde o brilho da unção.
1. O Narcisismo Espiritual: Quando o Ego Toma o Lugar de Cristo
O líder narcisista é aquele que, em vez de conduzir o rebanho à presença de Deus, conduz todos à sua própria imagem. Ele deseja ser visto, admirado e elogiado.
Em sua mente, tudo gira em torno de si: o púlpito, o louvor, as decisões e até as bênçãos.
“Eles amam o primeiro lugar nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas, e as saudações nas praças.”
(Mateus 23:6–7)
Jesus advertiu que esse tipo de comportamento era típico dos fariseus — homens que usavam a religião para projetar o próprio ego. O líder narcisista faz o mesmo: fala de Deus, mas age por si mesmo; prega o amor, mas cultiva a vaidade; busca reconhecimento humano, mas esquece da aprovação divina.
“Porque todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus.”
(Filipenses 2:21)
2. A Obra Para de Crescer Porque o Espírito Santo Se Retira
Deus não divide Sua glória com ninguém. Onde há soberba, o Espírito Santo se entristece e se afasta. O líder narcisista tenta substituir o poder de Deus por carisma e manipulação, mas o resultado é sempre o mesmo: frieza espiritual e estagnação da obra.
“Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.”
(Tiago 4:6)“Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.”
(Zacarias 4:6)
Quando a liderança se torna um trono e não um ministério, a unção se apaga.
E sem unção, não há libertação, não há cura e não há conversão verdadeira.
“Mas se o sal se tornar insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta.”
(Mateus 5:13)
3. O Controle e o Medo: Ferramentas da Insegurança Espiritual
O líder narcisista não confia em ninguém. Ele teme perder o controle e vê como ameaça qualquer obreiro que demonstre dons ou maturidade espiritual.
Ao invés de multiplicar talentos, ele os sufoca.
Ao invés de formar líderes, ele cria servos dependentes.
“Mas vós não sereis assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; e quem governa, como quem serve.”
(Lucas 22:26)
Esse tipo de líder confunde autoridade com autoritarismo e respeito com medo.
E onde o medo reina, o amor desaparece — e sem amor, a igreja morre espiritualmente.
“No amor não há medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo.”
(1 João 4:18)
4. A Aparência de Crescimento Engana, Mas o Céu Vê o Coração
Muitos líderes aparentam sucesso — têm grandes templos, boa estrutura e visibilidade nas redes sociais —, mas nada disso impressiona o Céu.
Deus não mede ministérios pelo tamanho da multidão, e sim pela fidelidade à Sua Palavra.
“Tu tens nome de que vives, e estás morto.”
(Apocalipse 3:1)
Jesus também advertiu:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.”
(Mateus 7:21)
Uma obra centrada no homem pode até crescer em número, mas jamais crescerá em presença, poder e propósito.
5. A Solução: Quebrantamento e Retorno à Essência
O único caminho para a restauração é o arrependimento verdadeiro.
Deus não despreza um coração quebrantado (Salmos 51:17).
Quando o líder reconhece que não é dono da igreja, mas apenas um servo dela, o Espírito Santo volta a agir e o crescimento se torna natural e abençoado.
“Convém que Ele cresça e que eu diminua.”
(João 3:30)
A obra volta a florescer quando Cristo é o centro, o Espírito Santo é o guia, e a glória é dada somente a Deus.
“Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.”
(Romanos 11:36)
A obra deste líder não cresce porque Deus não unge vaidade, mas humildade.
A presença do Espírito Santo não habita em corações que buscam o próprio trono.
Enquanto o homem tentar ser o centro, o Reino não avança.
Mas quando Jesus volta ao lugar de honra, tudo muda — vidas são alcançadas, ministérios florescem, e a glória de Deus resplandece novamente.

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