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AMANTES DE SI MESMO - POR: PRESBITERO MARCOS BENEDITO - 17/11/2026 - Rede Gospel Oficial/Chama Viva PG

Existem oportunidades que nunca voltam. Projetos capazes de abençoar uma comunidade inteira são abortados não por falta de capacidade, mas por líderes que não pensam no coletivo — pensam apenas em si mesmos. 

Eles medem o sucesso pelo controle que exercem, não pelo bem-estar do povo. Esse é o perfil do líder narcisista: inseguro, vingativo, traiçoeiro, rancoroso e controlador. Ele elimina tudo que não esteja sob o seu domínio, não por amor ao rebanho, mas por amor a si próprio.

A Bíblia nos adverte sem rodeios contra esse tipo de liderança. A soberba e o desejo de poder que isolam e destroçam o corpo não são características neutras: são armas do inimigo para impedir a obra de Deus.

Exemplos bíblicos

  1. Saul — a inveja que destrói o ministério (1 Samuel 18–31). Saul, incapaz de aceitar que Deus havia escolhido outro, transformou-se num líder consumido por ciúme e medo. Onde havia oportunidade para a restauração e unidade, houve paranóia e destruição.

    “Saul ficou com muito ciúme de Davi.” (1 Sm 18, resumo do episódio)

  2. Absalom — a ambição que corrompe o lar e a liderança (2 Samuel 15–18). Absalom usou manipulação, charme e promessas vazias para usurpar o governo de seu pai; o resultado foi guerra, divisão e morte.

    “Absalom levantou-se contra seu pai, o rei.” (2 Sm 15, ideia central)

  3. Diotrephes — o controlador que não aceita autoridade espiritual legítima (3 João 1:9). João denuncia quem “gosta de ter o primeiro lugar” e expulsa os que não se submetem ao seu comando. Este é um modelo claro de arrogância e exclusão no contexto eclesiástico.

    “Esse Diotrephes ama o primeiro lugar entre eles.” (3 Jo 1:9, essência do texto)

  4. Os fariseus e líderes hipócritas — orgulho religioso que escraviza (Mateus 23). Jesus combate violentamente a autoridade que oprime em nome da lei, mas que tem o coração vazio.

    “Quem a si mesmo se exalta será humilhado; quem se humilha será exaltado.” (Mt 23:12, síntese do ensino)

Passagens e princípios que confrontam o líder narcisista

  • A soberba precede a queda. “A soberba precede o fracasso.” (Provérbios 16:18 — ideia central: orgulho leva à ruína.)
  • Humildade é princípio de autoridade legítima. “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (1 Pe 5:5 / Tg 4:6 — síntese)
  • Advertência contra o amor próprio e a ambição desordenada. “Cada um examine-se; não pense além do que convém.” (Romanos 12:3 — princípio sobre moderação do eu)
  • O pastor é servo, não tirano. Jesus, o Bom Pastor, deu o exemplo: “Não vim para ser servido, mas para servir.” (Mateus 20:28 — princípio de serviço)

Como o líder narcisista age — sinais práticos

  • Centraliza decisões e elimina conselhos; concentra poder em poucas mãos.
  • Silencia ou expulsa quem aponta erro ou propõe alternativas.
  • Prioriza imagem e controle acima do cuidado pastoral.
  • Usa medo e manipulação para manter lealdades.
  • Desconsidera o bem coletivo se algo ameaça sua autoridade.

Consequências espirituais e comunitárias

  • Projetos abortados: oportunidades perdidas para ministério, serviço social e crescimento espiritual.
  • Feridas no corpo: pessoas magoadas, talentos sepultados, unidade destruída.
  • Testemunho comprometido: a igreja, que deveria ser farol, se torna cenário de escândalo e divisão.

Exortação — o que a igreja deve fazer

  1. Exigir humildade e prestação de contas. Liderança cristã tem obrigação de transparência e responsabilidade (conselho plural, prestação de contas, supervisão).
  2. Valorizar o caráter sobre a eficiência aparente. Nem tudo que “funciona” é bom se for construído sobre autoritarismo.
  3. Formar líderes servos. Ensinar e modelar o exemplo do Senhor Jesus: poder revestido de serviço.
  4. Confrontar com amor e firmeza quando necessário. A disciplina e a correção são atos de amor quando alguém prejudica o rebanho (Mt 18:15-17 como processo de correção).
  5. Proteger os vulneráveis. Não permitir que o ego de um homem comprometa a vida espiritual e emocional do rebanho.

A igreja precisa urgentemente recuperar o princípio bíblico de liderança que serve. Não podemos trocar a vocação pastoral pelo trono de um homem. Onde houver líderes que preferem o domínio à edificação, cabe ao povo de Deus levantar-se em oração, discernimento e ação conforme a Escritura. Não é vingança — é fidelidade ao Senhor e ao rebanho. Deus não tolera soberba dentro da sua casa; Ele honra os humildes e exalta o serviço fiel.

Que nossa prática de liderança seja sempre: humildade, serviço, responsabilidade e amor. E que, diante de qualquer líder que prefira o próprio império à obra de Deus, tenhamos coragem — embasada nas Escrituras — para proteger o corpo de Cristo e restaurar o caminho da verdade.

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