“Senaqueribe usa Abisaque, mas Deus usa Isaías. Que tipo de mensageiro você tem sido? De Senaqueribe ou de Deus? O tipo da mensagem revela o reino que você serve.”
Introdução: Voz de Deus ou eco do inimigo?
A história de Senaqueribe e Isaías, registrada em 2 Reis 18–19 e Isaías 36–37, é um dos relatos mais marcantes da Bíblia sobre o poder das palavras e a origem das mensagens que escutamos e transmitimos.
Enquanto o rei Senaqueribe, da Assíria, enviava Abisaque (ou Rabsaqué) para intimidar o povo de Deus com palavras de medo e engano, o Senhor levantava o profeta Isaías para trazer uma mensagem de fé, esperança e vitória.
De um lado, havia um mensageiro do inimigo, com aparência de autoridade, mas cheio de mentira; do outro, um profeta de Deus, movido pelo Espírito Santo e fiel à verdade.
Essa história nos faz refletir sobre um ponto essencial: de quem somos mensageiros hoje?
De Deus, como Isaías, ou do inimigo, como Abisaque?
Quando o engano fala em nome de Deus
Vivemos tempos em que muitos homens e mulheres, sinceros em sua fé, têm sido enganados pela aparência do sucesso e pela busca de reconhecimento.
Muitos falam “em nome de Deus”, profetizam “em nome de Deus” e até realizam obras “em nome de Deus”, mas estão sendo manipulados pelo inimigo, seja por ingenuidade, vaidade ou falta de discernimento espiritual.
Jesus já havia advertido sobre isso:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.”
(Mateus 7:21)
E continua dizendo:
“Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? Então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.”
(Mateus 7:22-23)
Essas palavras de Jesus revelam uma dura verdade: nem toda obra religiosa é aprovada por Deus, e nem toda palavra espiritual é inspirada pelo Espírito Santo.
A manipulação espiritual: quando o mensageiro se perde
O inimigo é astuto. Ele não se apresenta com chifres ou tridente, mas se disfarça em anjo de luz, como nos ensina o apóstolo Paulo:
“Pois o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz.”
(2 Coríntios 11:14)
Por isso, o diabo muitas vezes usa o disfarce da religiosidade para confundir os escolhidos.
Ele sopra ideias, interpretações distorcidas e motivações erradas, levando servos sinceros a agirem fora da direção do Espírito Santo, mesmo acreditando estar fazendo o bem.
Foi o que aconteceu com Pedro, o próprio apóstolo de Cristo. Quando tentou impedir Jesus de ir à cruz, o Senhor o repreendeu dizendo:
“Para trás de mim, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cuidas das coisas de Deus, mas das dos homens.”
(Mateus 16:23)
Pedro não era mau, mas momentaneamente se tornou um instrumento do inimigo, porque deixou o sentimento humano falar mais alto que o propósito divino.
Discernir o Espírito é a chave
O apóstolo João nos orienta com clareza:
“Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus.”
(1 João 4:1)
Em outras palavras, nem toda voz que se apresenta como divina vem realmente de Deus.
Por isso, precisamos discernir — pela Palavra e pela oração — se o que estamos falando e ouvindo é fruto do Espírito Santo ou do espírito da mentira.
O profeta Jeremias também alertou contra os falsos mensageiros:
“Não enviei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, contudo profetizaram.”
(Jeremias 23:21)
Muitos hoje ainda “correm” para falar em nome de Deus, sem terem sido enviados por Ele.
Isaías: o modelo do mensageiro fiel
Isaías foi um profeta que falou com verdade, coragem e santidade, mesmo quando sua mensagem contrariava reis, nações e multidões.
Ele não buscava aplausos, mas obediência.
Sua lealdade estava no altar, não na aprovação humana.
E é disso que Deus precisa hoje: mensageiros que não se dobram diante das pressões do mundo, que não moldam sua mensagem para agradar, e que permanecem fiéis à verdade, mesmo que isso lhes custe reconhecimento.
Conclusão: o tipo de mensagem revela o reino
No fim, a origem da nossa palavra revela de quem somos mensageiros.
- Se nossas palavras edificam, curam e apontam para Cristo — somos voz de Deus.
- Mas se nossas palavras confundem, dividem e alimentam o ego — somos, ainda que sem perceber, eco do inimigo.
“A morte e a vida estão no poder da língua.”
(Provérbios 18:21)
Por isso, que cada servo de Deus ore com sinceridade:
“Eis-me aqui, envia-me a mim.” (Isaías 6:8)
Mas que essa entrega venha acompanhada de discernimento, temor e obediência, para que sejamos sempre porta-vozes do Reino de Deus, e não instrumentos da mentira.

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