“Não tem nada de diabo não… isto é simplesmente um processo natural!"
Dizer isso, num momento de crise, dor ou ruptura ministerial, é mais do que falta de sabedoria — é falta de discernimento espiritual.
A Palavra de Deus é clara: grande parte dos conflitos que surgem na igreja não são naturais, e sim espirituais.
1. A Bíblia mostra que divisões não são “finais de ciclo”, mas ataques espirituais
O apóstolo Paulo não suavizou nem disfarçou:
“Porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas contra principados e potestades…”
(Efésios 6:12)
Ou seja:
Conflitos dentro do corpo têm sim influência maligna, e ignorar isso é conduzir o rebanho às cegas.
Jesus mesmo afirmou:
“O ladrão vem somente para matar, roubar e destruir…”
(João 10:10)
Se o ladrão veio para destruir, como um líder pode afirmar que “não tem nada de diabo”?
Isso é desconhecer a própria essência da batalha espiritual.
2. Quando um líder relativiza o espiritual, ele se torna semelhante aos pastores infiéis descritos por Jeremias
O profeta advertiu duramente:
“Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.”
(Jeremias 6:14)
É exatamente isso o que acontece quando um líder tenta abafar um conflito chamando-o de “final de ciclo”.
Ele está aplicando um curativo superficial
sobre uma ferida espiritual profunda.
E Deus condena essa postura.
3. O bom líder não foge do confronto — ele trata
A Bíblia diz:
“Se teu irmão pecar, repreende-o…”
(Lucas 17:3)
E mais:
“Se alguém for surpreendido em alguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de mansidão…”
(Gálatas 6:1)
Isto é:
- discernir,
- confrontar com amor,
- restaurar com justiça,
- assumir responsabilidade,
- buscar a verdade dos fatos.
Nenhuma dessas atitudes combina com frases prontas, superficiais e descompromissadas como:
“Isso é só final de ciclo.”
4. Os maiores conflitos bíblicos sempre revelavam algo espiritual
Moisés x Corá — não foi final de ciclo; foi rebelião e influência maligna.
(Números 16)
Elias x Jezabel — não foi final de ciclo; foi perseguição espiritual.
(1 Reis 19)
Jesus x fariseus — não foi final de ciclo; foi resistência demoníaca.
(João 8:44)
Paulo x Alexandre, o latoeiro — não foi final de ciclo; foi oposição inspirada pelo maligno.
(2 Timóteo 4:14-15)
Nenhum profeta, apóstolo ou líder bíblico tratou conflitos como “coisas naturais”.
Sempre houve discernimento e postura espiritual firme.
5. A verdade dura, mas necessária
Quando um líder da igreja minimiza a batalha espiritual, duas coisas acontecem:
1. Ele perde o temor
Quando alguém já não discerne o inimigo, já está parcialmente vencido por ele.
2. Ele desampara o rebanho
Jesus chamou isso de “pastor contratado”, aquele que foge do problema.
“O mercenário, que não é pastor… vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge.”
(João 10:12)
Quem diz “não tem nada de diabo não”
é alguém que não quer enfrentar o lobo,
não quer se posicionar,
não quer tratar a raiz do problema.
6. Líderes bíblicos não negam a guerra — eles enfrentam
Paulo disse:
“Combati o bom combate…”
(2 Timóteo 4:7)
Ele não disse:
“Era apenas um ciclo que se encerrou.”
Davi disse:
“O Senhor é quem peleja por nós.”
(1 Samuel 17:47)
Ele não disse:
“Golias representa apenas uma fase que passou.”
Jesus disse:
“Eu via Satanás caindo do céu como relâmpago.”
(Lucas 10:18)
Ele não disse:
“Isso é só uma transição.”
Conclusão
Quando um líder tenta encerrar um conflito com frases “bonitinhas” e superficiais,
ele mostra que:
- não quer se aprofundar,
- não quer reconhecer erros,
- não quer confronto espiritual,
- não quer cura,
- e não quer restauração.
Um conflito não tratado abre portas ao inimigo.
Um conflito discernido fecha as brechas.
Este é o posicionamento:
DEUS NÃO CHAMA LÍDERES PARA SUAVIZAR A VERDADE,
MAS PARA ENFRENTAR O MAL.
E isso exige:
✔ Discernimento
✔ Verdade
✔ Bíblia
✔ Coragem
✔ Temor ao Senhor
✔ Amor pelo rebanho
Que Deus levante líderes que não fogem da guerra,
que não escondem conflitos,
e que não se escondem atrás de frases fáceis,
mas que enfrentam o espiritual com autoridade espiritual.

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