Manifestantes repudiam nomeação do deputado para Direitos Humanos.
Para fieis, Feliciano chamou o manifesto de 'ativismo desesperado'.
Manifestantes repudiam permanência de Marco Feliciano na Comissão dos Direitos Humanos (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)
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Segundo os organizadores do manifesto, ao menos 300 pessoas estiveram em frente à Catedral do Avivamento, da Assembleia de Deus, igreja que ele lidera em Ribeirão. Esta foi a segunda manifestação, em dois dias na região contra o pastor – que em 2011 causou polêmica ao publicar declarações em seu Twitter sobre africanos e homossexuais. No domingo (10), Feliciano também foi alvo de manifestantes em Franca (SP).Com cartazes, narizes de palhaço, tambores e frases de efeito como “[Feliciano] não nos representa”, o grupo formado por movimentos como o LGBT, além de estudantes universitários e entidades sociais articuladas pela internet, se concentrou por volta das 18h30 no prédio da igreja na Vila Tibério. “É um absurdo ele estar na comissão porque já fez vários pronunciamentos homofóbicos e racistas. O Estado tem que ser laico, até para que possa garantir a liberdade religiosa”, disse a estudante de psicologia da USP Yasmin de Oliveira, de 23 anos, uma das organizadoras do movimento.
Assim como Yasmin, o assistente audiovisual Rogério Brito, de 45 anos, levou cartaz e se posicionou em frente à igreja contra a intolerância religiosa e a homofobia. “É um pingo no oceano, mas estamos fazendo nossa parte”, disse.
Viaturas da Polícia Militar ficaram de prontidão na rua em frente à sede da igreja. Segundo a PM, apesar de os manifestantes terem tomado por várias vezes a rua e impedido o trânsito no local não houve tumultos até o término do culto.
Feliciano
No decorrer das manifestações, o deputado participava de um culto com aproximadamente 30 pastores. A entrada da imprensa ao salão - isolado acusticamente por vidros - foi somente permitida sem o uso de câmeras. Ele disse aos fieis que não aceitassem provocações dos integrantes do protesto, o qual ele classificou como parte de um ativismo "desesperado e inconsequente". Disse ainda que o repúdio que vem sofrendo é um sinal de que a liberdade religiosa e de pensar está em risco. "Se não fizermos alguma coisa agora voltaremos ao tempo da inquisição", disse.
Manifestantes protestaram em frente a igreja liderada por Feliciano em Ribeirão Preto (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)Cerca de 150 pessoas se reuniram na noite de domingo em frente à Igreja Catedral do Avivamento em Franca para protestar contra o deputado. Feliciano causou polêmica em 2011, quando publicou declarações em seu Twitter sobre africanos e homossexuais. "Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome... Etc", escreveu o deputado na ocasião. Ele também havia publicado na rede social que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime e à rejeição".
Os manifestantes se organizaram por meio das redes sociais e foram apoiados por estudantes da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Eles permaneceram o tempo todo do lado de fora da igreja, e gritaram palavras de ordem. Ao fim do culto, o carro em que o deputado deixou o local foi cercado pelo grupo. De acordo com a assessoria do parlamentar, a família do parlamentar também estava no veículo e os filhos dele se assustaram com os protestos.
O novo presidente da Comissão dos Direitos Humanos é alvo de dois processos no Supremo Tribunal Federal (STF): um inquérito que o acusa de homofobia e uma ação penal na qual é denunciado por estelionato. A defesa do parlamentar nega as duas acusações.
Em seu site, após o protesto, o pastos divulgou uma nota em repúdio a qualquer ato de violência.
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